Manter a segurança na era da cibertecnologia é um desafio, pois existem vários fatores que podem comprometer a segurança da informação, como ataques cibernéticos e falhas humanas.
O analista e desenvolvedor de sistemas André Giovani Figur, associado da Unitec, explica que com informação é possível manter-se seguro, afinal, dados e informações costumam ser os bens mais preciosos das pessoas. Por isso, é fundamental ter um ambiente digital mais seguro.
André afirma que a maior parte das vítimas de golpes na internet comete erros como clicar em links que roubam dados e até o acesso ao e-mail e WhatsApp. “Quase sempre, quando um link leva seus dados, ele mostra um aviso na tela perguntando se você que dar esse acesso ao site/app que você clicou sem saber o que era. É bastante rápido. Quase sempre se confirma sem nem ver do que se trata. Contudo, se aparecer um aviso do sistema na tela, e não souber do que se trata, na dúvida, é não; então cancele.”
Existem ainda outros casos, como instalar aplicativos suspeitos que servem para roubar dados e até assumir o controle do aparelho. Neste ponto, ele diz que um erro comum é os usuários irem em busca de aplicativos que prometem ganhos financeiros fáceis ou que prometem espionar outra pessoa, quebrando senhas de Wi-Fi.
“Na primeira situação a pessoa acredita que ganhará o dinheiro, e é roubada, e no segundo caso acha que vai espionar a vida alheia e acaba sendo ela mesma a vítima da espionagem. Nestes casos, recomendo apagar os aplicativos de jogos e apostas e de rastreamento, e verificar se não há spyware. Na dúvida, formate o celular”, orienta.
O pior de todos os casos de roubo de dados, de acordo com o profissional, ocorre quando o usuário tem seu e-mail principal invadido. “Quando isso ocorre significa que o hacker tem acesso a todas as senhas salvas, e também pode, usando o ‘login por alguma conta’, acessar em todos os aplicativos, incluindo apps de mensagens, se passando pela pessoa, ocultando conversas que ele mesmo iniciou. Este tipo de situação é mais comum quando alguém conseguiu acessar seu aparelho, através de um link ou app contaminado, como se fosse você pelo seu celular, liberando o acesso para um novo dispositivo. Assim que ele entra, vai na sua caixa de e-mail e apaga a mensagem de notificação de que um novo aparelho foi conectado, e o usuário nem faz ideia.”
Nesta situação, André recomenda que o usuário vá na sua conta (seja ela Google, Microsoft, Apple ou Facebook), e em configurações de conta, nos aparelhos conectados, observe o nome dos aparelhos, a localidade e a frequência dos acessos, e desconecte aqueles que não reconhecer.
Sobre Wi-Fi público, ele esclarece que quando o roteador não tem o mínimo de segurança, facilmente alguém pode assumir o papel de administrador da rede, gerenciar os pacotes de dados e, por meio disso, saber o que cada pessoa conectada está navegando na internet naquele momento, roubar seus dados, e, na pior situação, assumir o controle do aparelho.
“Com o Wi-Fi doméstico ocorre a mesma coisa, e o que torna eles mais seguros ou não é trocar a senha e o login de fábrica por outro. Assim, já atrapalha a forma mais simples de invadir um Wi-Fi, que é usando o login e senha que vêm de fábrica e normalmente é encontrado na parte inferior do roteador ou no site da fabricante. Além disso, é bom, eventualmente, trocar a senha do Wi-Fi e do roteador.”
Sobre cartões de crédito clonados, o profissional alerta que muitas pessoas têm medo de comprar no cartão de crédito, especialmente na internet, com receio de ser clonado. Mas, de acordo com o profissional. é justamente o cartão de crédito que tem uma série de camadas de segurança, e diferentemente do Pix ou boleto, há a possibilidade de estorno.
“O ideal é usar um cartão de crédito virtual, criado pelo aplicativo, e comprar em sites conhecidos. Verifique a reputação da empresa no site Reclame Aqui, veja se o link de compra do produto não é um link falso, acessando Site Confiável e colando o link da página do produto ou do carrinho no campo de pesquisa. E depois, caso se perceba o golpe, não venha o produto ou apareçam compras que você nunca fez no seu cartão, entre em contato o mais depressa possível com o gerente de conta pedindo a contestação das compras e o bloqueio do cartão.”
Conforme André, atualmente são muito raros ataques hackers que conseguem invadir contas, de e-mails ou bancárias, sem que tenha ocorrido algum nível de engenharia social, que é aquele momento em que o usuário teve que participar, clicando em algum link ou baixando algum arquivo ou aplicativo. “A verdade é que 90% dos ataques com vítimas ocorrem contando com o ato falho ou a enganação da vítima.”
Dicas para manter-se seguro no ambiente virtual
O associado fornece algumas dicas importantes a fim de manter a segurança. “Conheça seu aparelho celular, aplicativos e saiba usá-los. Além disso, use verificação em duas etapas, adicione o PIN a mais no WhatsApp, adicione sua digital, sua face, um PIN e um padrão de senhas ao seu celular. Se algum falhar, tem o outro, e ao colocar sua digital, não coloque só uma, mas use várias.”
Outro ponto diz respeito a links confiáveis. Se não souber se um link é confiável, pesquise em ‘site confiável’. E se receber um áudio, foto ou vídeo no WhatsApp que o próprio WhatsApp não deu uma visualização prévia, e ao invés disso pede pra baixar e executar o arquivo, não o faça, e apague.
Outra orientação diz respeito a promessas de ganhos fáceis e aplicativos que prometem espionar a vida alheia ou dar acesso a todos os Wi-Fi. “Não acredite e não faça, porque é criminoso e a vítima será você”, destaca.
E, por fim, se viu um site com uma oferta incrivelmente boa pra comprar pela internet, efetue a compra no cartão de crédito. “Jamais pague uma compra em site na internet com Pix ou boleto, especialmente se for a primeira compra. Isto porque compras no cartão de crédito feitas na internet podem ser contestadas quando não há entrega de produto, e podem ser estornadas”, informa.
Tendências de segurança da informação para o futuro
Hoje, segundo André, inevitavelmente, ocorre a entrega das próprias liberdades e terceirização da tomada de decisão em troca de praticidade, comodidade, convencionalidade e segurança.
“Contudo, o que está sendo preparado para o futuro, dentro desta tendência, é a segurança IoT (Internet of Things = Internet das Coisas), que protege dispositivos da internet e as redes às quais eles estão conectados contra ameaças e violações, por meio da proteção, identificação e monitoramento dos riscos e, ao mesmo tempo, ajudando a corrigir vulnerabilidades em uma variedade de dispositivos que possam apresentar risco de segurança", finaliza.
André é natural de Cruz Alta e atualmente reside em Santa Maria. Atua como instrutor do Senar-RS nos cursos Informática Básica, Inclusão Digital Rural, Excel Básico e Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, no Programa Jovem Aprendiz e foi tutor no Curso Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec Brasil do Senar no Polo de São Sepé. Tem experiência com criação de sites, aplicativos, bancos de dados, hardware, jogos digitais e segurança da informação. Também atuou em Brasília de 2019 a 2022 com a criação de sites, recuperação e segurança de dados.
Texto: Assessoria de comunicação Unitec
Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Fotos: Divulgação